domingo, 1 de novembro de 2009

Gargulas...


As gárgulas, na arquitetura, são desaguadouros, ou seja, são a parte saliente das calhas de telhados que se destina a escoar águas pluviais a certa distância da parede e que, especialmente na Idade Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente presentes na arquitetura gótica. O termo se origina do francês gargouille, originado de gargalo ou garganta, em Latim gurgulio, gula. Palavras similares derivam da raiz gar, engolir, a palavra representando o gorgulhante som da água; em italiano: doccione; alemão: Ausguss, Wasserspeier.

Acreditava-se que as gárgulas eram os guardiões das catedrais e que durante a noite, ganhavam vida.

Uma quimera, ou uma figura grotesca, é um tipo de escultura similar que não funciona como desaguadouros e serve apenas para funções artísticas e ornamentáis. Elas também são popularmente conhecidas como gárgulas.

História

O termo gárgula é majoritariamente aplicado ao trabalho medieval, mas através das épocas alguns significados de escoar a água do telhado, quando não conduzidos por goteiras, foram adotados. No antigo Egito, as gárgulas escoavam a água usada para lavar os vasos sagrados, o que aparentemente precisava ser feito no telhado plano dos templos. Nos templos gregos, a água dos telhados passava através da boca de leões os quais eram esculpidos ou modelados em mármore ou terracota na cornija. Em Pompéia, muitas gárgulas de terracota que foram encontradas eram modeladas na forma de animais.

Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romanus (“Romain”) (631 - 641 D.C), o primeiro chanceler do rei merovíngio Clotaire II, que foi feito bispo de Ruão. A história relata como ele e mais um prisioneiro voluntário derrotaram Gargouille, um dragão-do-rio (ou serpente-do-rio) que vivia no rio Sena, em Paris, e que comia navios. Um dia, o bispo atraiu a Gárgula para fora do rio com um crucifixo, até à praça principal. Lá, os aldeões a queimaram até a morte.

Apesar da maioria ser figuras grotescas, o termo gárgula inclue todo o tipo de imagem. Algumas gárgulas são esculpidas como monges, outras combinando animais reais e pessoas, e muitas são cômicas.


Séculos XIX e XX

Gárgulas, ou mais precisamente quimeras, foram usadas na decoração no século XIX e no começo do século XX em construções de cidades como Nova Iorque e Chicago. Gárgulas podem ser encontrados em muitas igrejas e prédios.

Uma das mais impressionantes coleções de gárgulas modernas pode ser encontrada na Catedral Nacional de Washington, nos Estados Unidos. A catedral iniciada em 1908 é encrustada com demônios em pedra calcária. Essa coleção também inclue Darth Vader, um político entortado, robôs e muitos outras modernizações da tradição antiga. No século XX, o neogótico produziu muitas gárgulas modernas, notavelmente na Universidade de Princeton, Universidade de Duke e na Universidade de Chicago.

Gárgulas na ficção

Na ficção contemporânea, as gárgulas são tipicamente representadas como uma (geralmente) raça humanóide alada como características demoníacas (geralmente chifres, rabo, garras, e podem ou não ter bicos). Gárgulas podem geralmente usar suas asas para voar ou planar, e muitas vezes são representadas tendo uma pele rochosa, ou sendo capazes de se transformar em pedra de um jeito ou de outro, uma referência as suas origens de esculturas.

Gárgulas como uma raça distinta aparecem em vários trabalhos de literatura fantástica, como a série Discworld de Terry Pratchett, em Dungeons & Dragons e no jogo de RPG Rifts. Uma das gárgulas que vive no mundo de Discworld conseguiu uma posição na forma policial Ankh-Morpork onde ela ficou conhecida como Constable Downspout. Em A Chave da Harmonia: Rachaduras na Ordem, de Marcello Salvaggio, são uma espécie que convive com elfos e outros seres fantásticos em um passado imaginário da humanidade, existindo três sub-espécies: sentinelas, guardiões e semi-anjos. No romance de Andrew Davidson, The Gargoyle, é abordado um relacionamento entre um astro pornô e uma escultora de gárgulas.

A série animada da Disney Gárgulas se tornou bastante conhecida e as gárgulas também fizeram parte na adaptação da Disney do Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo. A atriz Adrienne Barbeau interpretou uma gárgula violenta na série de TV Monsters; A atriz Rae Dawn Chong interpretou uma gárgula na forma humana em Contos da escuridão: o Filme. Uma gárgula chamada Firebrand aparece na série Ghosts'n Goblins como um inimigo dificil de derrotar, tornando-se herói em sua própria série Gargoyle's Quest. No RPG discontinuado da White Wolf, Vampiro: a Máscara, os Gárgulas foram não uma raça separada mas uma linhagem de sangue (um clã menor), de vampiros criados pelos magos do Clã Tremere para servir como guardiões e servos, eles eram resultados de experimentos com membros capturados de outros Clãs, Nosferatu, Gangrel e Tzimisce. Muitas dessas criaturas escaparam de sua escravidão e partiram por conta própria. No mundo das trevas, os Gárgulas foram lançados como uma linhagem jogável, ao lado dos Caitiff e dos Lasombra antitribu, eles podiam voar e também possuíam habilidadees estranhas que eram ligadas a pedra.

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